Em um ambiente de alta demanda, grande exigência, poucos recursos disponíveis, de repente você olha em volta e não encontra as lideranças…
Onde estão os líderes?
Correndo atrás de números e indicadores, elaborando relatórios, prestando conta para superiores, participando de reuniões gerenciais. E quem está acompanhando a operação?
Temos encontrado equipes “abandonadas”, com líderes distantes ou mesmo ausentes.
Temos encontrado equipes em estruturas matriciais, que a cada turno ou processo respondem a um “chefe” diferente. Tudo muito moderno e competitivo. Na prática, perdem o referencial e aprendem a reagir conforme o perfil do “líder” da vez… E, se essas lideranças demonstram desalinhamento em relação aos valores organizacionais e comportamentos requeridos, têm-se um verdadeiro caos em gestão do comportamento.
Estudos de campo demonstram que os líderes mais eficazes são aqueles que preparam e fornecem os recursos para a tarefa antes, acompanham a realização durante a execução e praticam uma política de consequências adequada, com ênfase para o “feedback” positivo, logo depois de seu acompanhamento.
Desta forma, destacamos que a Presença do Líder junto à sua equipe é fundamental para a efetividade de uma liderança. Esta presença deve ser estrategicamente planejada para garantir as orientações seguras e os recursos necessários, estar por perto nos momentos críticos da operação e fornecer o “feedback” eficaz.
Para equipes imaturas, iniciantes, sem experiência ou capacitação esta presença necessita ser muito intensa. Conforme as equipes amadurecem emocional e tecnicamente, ganham autonomia gradativa para caminhar por si. Mesmo assim, a presença da liderança continua a ser necessária e estratégica, em momentos escolhidos para manter as conquistas e aprimorar os padrões de desempenho.
Lembramos que, ao acompanhar a realização da tarefa, o líder tem a possibilidade de saber o “como” a tarefa foi realizada. Muitos líderes cometem o erro, até pelo distanciamento, de reconhecer e premiar apenas resultados sem olhar para o processo. De um lado, correm o risco de reforçar e incentivar comportamentos de riscos e práticas inseguras utilizadas para se atingirem altos índices de produtividade. Por outro lado, deixam de reconhecer e reforçar esforços legítimos que, por motivos diversos, não se converteram nos resultados operacionais desejados. Este tipo de reação do líder leva muitas vezes à equipe ao sentimento de que não adianta se esforçar, porque ninguém vê.
E então, onde deveriam estar os líderes?
Junto de suas equipes, praticando a gestão do comportamento, dando os recursos antes, acompanhando durante e fornecendo “feedbacks” positivos e eficazes depois.
E o resultado?
Será apenas mais uma das consequências positivas. E não será preciso correr atrás dele, porque ele virá até você.
Por José Luís Fódra
Psicólogo Organizacional
Consultor da M&M